Começar de Novo

 

Erros passados, tristezas contraídas, lágrimas choradas, desajustes crônicos!…
Às vezes, acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se mostram cerradas à necessária renovação!…
Esqueces-te, porém, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se refaça cada manhã.
Começar de novo é o processo da Natureza, desde a semente singela ao gigante solar.
Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a corrente do desencanto.
Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais sólidas, e torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forças novas.
O fracasso visitou-nos em algum tentame de elevação, mas isso não é motivo para desgosto e autopiedade, porquanto, freqüentemente, o malogro de nossos anseios significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo é o caminho para o êxito desejado.
Temos sido talvez desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão; no entanto, é perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da simpatia, oferecendo bondade e compreensão àqueles que nos cercam.
Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo, por isso, que venhamos a cair em desânimo.
O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades autênticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.
Desfaçamos-nos de pensamentos amargos, das cargas de angústia, dos ressentimentos que nos alcancem e das mágoas requentadas no peito!…
Descerremos as janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa íntima.
Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e do aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.
Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e reassumi-las, mas nunca tarde demais.
Emmanuel – Psicografia de Chico Xavier

O Culto Cristão no Lar

 

 

O culto do Evangelho no lar não é uma inovação. É uma necessidade em toda parte onde o Cristianismo lance raízes de aperfeiçoamento e sublimação.

A Boa – Nova seguiu da manjedoura para as praças públicas e avançou da casa humilde de Simão Pedro para a glorificação no Pentecostes.

A palavra do Senhor soou, primeiramente, sob o teto simples de Nazaré e, antes de tudo, no círculo dos nossos familiares e afeiçoados, com os quais devemos atender as obrigações que nos competem no tempo.

Quando o ensinamento do Mestre vibra entre quatro paredes de um templo doméstico, os pequeninos sacrifícios tecem a felicidade comum.

A observação impensada é ouvida sem revolta.

A calúnia é isolada no algodão do silêncio.

A enfermidade é recebida com calma.

O erro alheio encontra compaixão.

A maldade não encontra brechas para insinuar-se.

E aí, dentro desse paraíso que alguns já estão edificando, a benefício deles e dos outros, o estímulo é um cântico de solidariedade incessante, a bondade é uma fonte inexaurível de paz e entendimento, a gentileza é inspiração de todas as horas, o sorriso é a sombra de cada um e a palavra permanece revestida de luz, vinculada ao amor que o Amigo Celeste nos legou.

Somente depois da experiência evangélica do lar, o coração está realmente habilitado para distribuir o pão Divino da Boa – Nova, junto da multidão, embora devamos o esclarecimento amigo e o conselho santificante aos companheiros da romagem humana, em todas as circunstâncias.

Não olvidemos, assim, os impositivos da aplicação com o Cristo, no santuário familiar, onde nos cabe o exemplo da paciência, compreensão, fraternidade, serviço, fé e bom ânimo, sob o reinado legítimo do amor, porque, estudando a Palavra do Céu em quatro Evangelhos, que constituem o Testamento da Luz, somos, cada um de nós, o quinto Evangelho inacabado, mas vivo e atuante, que estamos escrevendo com os próprios testemunhos, a fim de que a nossa vida seja uma revelação de Jesus, aberta ao olhar e à apreciação de todos, sem necessidade de utilizarmos muitas palavras na advertência ou na pregação.

Autor:
Chico Xavier (médium)
Emmanuel (espírito)

EVANGELHO E VIDA

No mundo de hoje, há boa vida e há vida boa.
Boa vida é bem-estar.
Vida boa é estar bem.
Por isso, temos criaturas de boa vida e criaturas de vida boa. As primeiras servem a si mesmas. As segundas respiram no auxílio incessante aos outros.
A boa vida tem rastros de sombra. A vida boa apresenta marcas de luz.
A desordem favorece a boa vida. A ordem garante a vida boa.
Palavra enfeitada costuma escorar boa vida. Bom exemplo assegura vida boa.
Preguiça mora na boa vida. Trabalho brilha na vida boa.
Ignorância escurece a boa vida. Educação ilumina a vida boa.
Egoísmo alimenta a boa vida. Caridade enriquece a vida boa.
Indisciplina é objetivo da boa vida. Disciplina é roteiro da vida boa.
Vejamos as lições do Evangelho:
Madalena, obsidiada, perdera-se nos encantos da boa vida, mas encontrou em nosso Divino Mestre a necessária orientação para vida boa.
Zaqueu, afortunado, apegara-se em demasia às posses efêmeras da boa vida, entretanto, ao contato de Nosso Senhor, aprendeu como situar os próprios bens na direção da vida boa.
Judas, o discípulo invigilante, procurando a boa vida, entregou-se à deserção, e sentindo extrema dificuldade para voltar à vida boa, foi colhido pela loucura.
Simão Pedro, o apóstolo receoso tentando conservar a boa vida, instintivamente, negou o Divino Amigo por três vezes numa só noite, entretanto, regressando, prudente, à vida boa, abraçou o sacrifício pela própria ascensão, desde o dia de Pentecostes.
Pilatos, o juiz dúbio, interessado em desfrutar boa vida, lavou as mãos quanto ao destino do Excelso Benfeitor, adquirindo o arrependimento e o remorso que o distanciaram da vida boa.
Todos os que crucificaram Jesus pretendiam guardar-se nas ilusões da boa vida, no entanto, o Senhor preferiu morrer na cruz da extrema renúncia para ensinar-nos o caminho da vida boa.
Como é fácil observar, nas estradas terrestres, há muita gente de boa vida e pouca gente de vida boa, porque a boa vida obscurece a alma e a vida boa mantém a consciência acordada para o desempenho das próprias obrigações.
Estejamos alertas quanto à posição que escolhemos, porquanto, pelo tipo de nossa experiência diária, sabemos com segurança em que espécie de vida seguimos nós.

Pelo Espírito Scheilla. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Livro Comandos do Amor. Lição nº 02. Página 22.

MAIS UM POUCO

 

  Quando estiveres à beira da explosão na cólera, cala-te mais um pouco e o silêncio nos poupará enormes desgostos.

Quando fores tentado a examinar as consciências alheias, guarda os princípios do respeito e da fraternidade mais um pouco e a benevolência nos livrará de muitas complicações.

Quando o desânimo impuser a paralisação de tuas forças na tarefa a que foste chamado, prossegue agindo no dever que te cabe, exercitando a resistência mais um pouco e a obra realizada ser-nos-á benção de luz.

Quando a revolta espicaçar-te o coração, usa a humildade e o entendimento mais um pouco e não sofreremos o remorso de haver ferido corações que devemos proteger e considerar.

Quando a lição oferecer dificuldades à tua mente, compelindo-te à desistência do progresso individual, aplica-te ao problema ou ao ensinamento mais um pouco e a solução será clara resposta à nossa expectativa.

Quando a ideia de repouso sugerir o adiamento da obra que te cabe fazer, persiste com a disciplina mais um pouco e o dever bem cumprido ser-nos-á alegria perene.

Quando o trabalho te parecer monótono e inexpressivo, guarda fidelidade aos compromissos assumidos mais um pouco e o estímulo voltará ao nosso campo de ação.

Quando a enfermidade do corpo trouxer pensamentos de inatividade, procurando imobilizar-te os braços e o coração, persevera com Jesus mais um pouco e prossegue auxiliando aos outros, agindo e servindo como puderes, porque o Divino Médico jamais nos recebe as rogativas em vão.

Em qualquer dificuldade ou impedimento, não te esqueças de usar um pouco mais de paciência, amor, renúncia e boa vontade, em favor de teu próprio bem-estar.

O segredo da vitória, em todos os setores da vida, permanece na arte de aprender, imaginar, esperar e fazer mais um pouco.

Pelo Espírito Emmanuel Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Livro Apostilas da Vida. Lição nº 05 – Página 33

Retorno à Pátria Espiritual

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Cecília Rocha

Nascida em Jaguarão (RS) em 21 de maio de 1919, vivia na capital gaúcha desde a infância, onde seus pais (José Rocha e Carmen Rocha) e irmãos (Otávio, Alberto, Mário e Fernando) fixaram residência. Em Porto Alegre, concluiu o ensino fundamental, seguido do curso secundário de magistério e o de pedagogia, com especialização em administração escolar. Exerceu o magistério de escolas de ensino fundamental, públicas e particulares, no interior e na  capital do Rio Grande Sul, até a sua aposentadoria, após mais de trinta anos dedicados à profissão. Em 1957, Cecília Rocha já estava em plena atividade no movimento espírita do seu Estado, atuando como evangelizadora. Em 1958, participou da Confraternização de Mocidades Espíritas do Norte e Nordeste do Brasil, ocorrida em Teresina (PI), quando conheceu Divaldo Pereira Franco, a quem dedicou amizade até o final dos seus dias no plano físico. (…)

Em julho de 1980, já aposentada, Cecília fixou residência em Brasília, por solicitação do então presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), Francisco Thiesen, passando a integrar a diretoria da FEB, onde exerceu os cargos de diretora (1980-1982) e de vice-presidente, de 1983 até março de 2012. Por 31 anos, Cecília se dedicou à organização e desenvolvimento da Área de Estudo, no campo experimental da FEB e do Movimento Espírita Federativo, sobretudo no que diz respeito à implantação e aperfeiçoamento das escolas de evangelização espírita infanto-juvenil e estudo doutrinário espírita de adultos. Participou da elaboração e da implementação das Campanhas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil, no início juntamente com Maria Cecília Paiva, e do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita. Promoveu cursos e seminários de treinamento nestas duas áreas, em todo o país e no exterior. Foi coordenadora da Área do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita das Comissões Regionais do Conselho Federativo Nacional da FEB. Coordenou atividade educacional da FEB em Santo Antônio do Descoberto (GO). Foi autora e organizadora de livros infantis editados pela FEB e da obra ―Pelos Caminhos da Evangelização‖. Em 2009, a editora da Federação Espírita do Rio Grande do Sul lançou a obra ―A Missão e os Missionários‖, de Gladis Pedersen de Oliveira, focalizando ―a figura de Cecília Rocha mergulhada na ação evangelizadora de corpo e alma, isto é, de mente e coração‖, resgatando ―todo o seu esforço em prol da evangelização da criança e do jovem‖.

À irmã Cecília Rocha, respeitada obreira espírita, rogamos a Jesus bênçãos de paz durante o seu retorno à Pátria Espiritual e registramos as homenagens à fiel seguidora do Cristo. O velório ocorreu em 06 de novembro, das 7h às 9h, no Cemitério Campo da Esperança (Asa Sul, Brasília, DF).

[Obs.: nota divulgada pela FEB, com modificações] – http://www.febnet.org.br

Amor de amigo

 

Amor de Amigo

Durante um confronto bélico, um orfanato de missionários, numa aldeia vietnamita, foi atingido por várias bombas.
Os missionários e duas crianças morreram na hora e muitas ficaram feridas, inclusive uma menina de 8 anos.
Através do rádio de uma aldeia vizinha, os habitantes buscaram socorro dos americanos. Um médico da Marinha e uma enfermeira chegaram trazendo apenas maletas de primeiros socorros.
Perceberam logo que o caso mais grave era o da menina. Se não fossem tomadas providências imediatas, ela morreria por perda de sangue. Era urgente que se fizesse uma transfusão.
Saíram à procura de um doador com o mesmo tipo sanguíneo. Os americanos não tinham aquele tipo de sangue, mas muitos órfãos que não tinham sido feridos poderiam ser doadores.
O problema agora, era como pedir às crianças, já que o médico conhecia apenas algumas palavras em vietnamita e a enfermeira tinha poucas noções de francês.
Usando uma mistura das duas línguas e muita gesticulação, tentaram explicar aos assustados meninos que, se não recolocassem o sangue perdido, a menina morreria.
Então perguntaram se alguém queria doar sangue. A resposta foi um silêncio de olhos arregalados.
Finalmente, uma mão levantou-se timidamente, deixou-se cair e levantou de novo.
Ah, obrigada. – Disse a enfermeira em francês. – Como é o seu nome?
O garoto respondeu em voz baixa: Heng.
Deitaram Heng rapidamente na maca, esfregaram álcool em seu braço e espetaram a agulha na veia.
Durante esses procedimentos, Heng ficou calado e imóvel.
Passado um momento, deixou escapar um soluço e cobriu depressa o rosto com a mão livre.
Está doendo, Heng? – Perguntou o médico. Heng abanou a cabeça, mas daí a pouco escapou outro soluço e mais uma vez tentou disfarçar.
O médico tornou a perguntar se doía, e ele abanou a cabeça outra vez, significando que não.
Mas os soluços ocasionais acabaram virando um choro declarado, silencioso, os olhos apertados, o punho na boca para estancar os soluços.
O médico e a enfermeira ficaram preocupados. Alguma coisa obviamente estava acontecendo.
Nesse instante, chegou uma enfermeira vietnamita, enviada para ajudar. Vendo a aflição do menino, falou com ele, ouviu a resposta, e tornou a falar com voz terna, acalmando-o.
Heng parou de chorar e olhou surpreso para a enfermeira vietnamita. Ela confirmou com a cabeça e uma expressão de alívio estampou-se no rosto do menino. Então ela disse aos americanos:
Ele achou que estava morrendo. Entendeu que vocês pediram para dar todo o sangue dele para a menina poder viver.
E por que ele concordou? Perguntou o médico.
A enfermeira vietnamita repetiu a pergunta, e Heng respondeu simplesmente:
Ela é minha amiga.
* * *
Você já pensou em ser um doador de sangue?
Geralmente só o fazemos quando a necessidade é de um familiar ou um ente querido, mas a solidariedade convida-nos a doar para salvar vidas.
Tornando-nos um doador voluntário, estaremos contribuindo grandemente com a sociedade.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita

O Bom Combate

 

Voltando à Pátria Espiritual, depois da morte, estamos freqüentemente na condição daquele filho pródigo da parábola, de retorno à casa paterna para a benção do amor.

Emoção no reencontro.

Alegria redescoberta.

Entretanto, em plena festa de luz, quase sempre desempenhamos o papel do conviva de cérebro deslumbrado, trazendo espinhos no coração.

Por fora, é o carinho que nos reúne.

Por dentro, é o remorso que nos fustiga.

Vanguarda que fulgura.

Retaguarda que obscurece.

Êxtase e dor.

Esperança e arrependimento.

Reconhecidos às mãos luminosas que nos afagam, muitos de nós sentimos vergonha das mãos sombrias que oferecemos.

E porque a Lei nos infunde respeito à justiça, aspiramos a debitar a nós próprios o necessário burilamento e a suspirada felicidade.

Rogamos, dessa forma, a reencarnação, à guisa de recomeço, buscando a tarefa que interrompemos e a afeição que traímos, o dever esquecido e o compromisso menosprezado, famintos de reajuste.

Agradece, assim, o lugar de prova em que te situas.

Corpo doente, companheiro difícil, parente complexo, chefe amargo e dificuldade constante são oportunidades que se renovam.

Todo título exterior é instrumentação de serviço.

A existência terrestre é o bom combate.

Defeito e imperfeição, débito e culpa são inimigos que nos defrontam.

Aperfeiçoamento individual é a única vitória que não se altera.

E, em toda parte, o verdadeiro campo de luta somos nós mesmos.

Autor:
Chico Xavier (médium)
Emmanuel (espírito)

Fonte:
Livro: Justiça Divina